Durante todo o dia o público vivenciou experiências ricas sobre a valorização da cultura negra e a luta contra o racismo
Texto: Anne Rose/ Fotos: Carol Bezerra
Em comemoração ao Dia da Consciência Negra, celebrado no Brasil em 20 de novembro, a Prefeitura de Coruripe através das secretarias de Cultura e Esporte, Lazer e Igualdade Racial promoveu diversas atividades, nesta quinta-feira (19) na Casa da Cultura Maria Alice Beltrão.
O evento que recebeu alunos da rede municipal de ensino, integrantes das religiões de matrizes africanas, além do público em geral teve como objetivo refletir sobre a luta contra o racismo, valorizar a cultura negra e fomentar a cultura afro local.
O professor da rede pública, Ednaldo Minervino em sua palestra falou sobre a história da escravidão no mundo e explicou a importância de celebrar o dia da Consciência Negra.
“O planeta vem de um longo de período de escravidão, no Brasil foram mais de 350 anos, sem direitos, com muitos deveres, sendo humilhados, maltratados e mortos. E mesmo com a abolição da escravatura no dia 13 de maio de 1988, com a assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel, continuamos sofrendo com a herança deixada por esse período”, pontuou o professor.
Ele ressaltou ainda a importância de Zumbi dos Palmares no processo da resistência negra contra o sistema escravocrata.
“O Dia da Consciência Negra foi escolhido pelo movimento negro para homenagear Zumbi dos Palmares, que foi um dos maiores líderes da resistência negra contra o sistema estabelecido no Brasil. Além de ter lutado contra as violências sofridas pela população escravizada, lutou também pela liberdade religiosa e cultural do seu povo”, destacou ele.
A aluna do oitavo ano, da Escola Liege Gama Rocha Jamilly Mendes falou da sua experiência no evento.
“Gostei muito de participar desse evento, em especial da palestra sobre a história escravidão. Vou levar muito conhecimento daqui e também repassar para as pessoas do meu convívio, hoje me senti muito representada através das falas”, disse a aluna de 15 anos.
Janynne Pollyane, uma das professoras que acompanhavam os alunos apontou como importante a realização do evento para agregar um conhecimento fundamental na formação deles.
“Conhecer as nossas raízes e entender como tudo começou é essencial para que possamos nos posicionar diante de cenas de racismo e preconceito. Tenho certeza que nossos alunos saíram cheios de conteúdo para passar a diante. Seria muito legal que essa iniciativa rodasse pelas escolas municipais, para que mais e mais alunos também tenham a oportunidade de absorver esse conteúdo tão rico”, concluiu ela.
O evento seguiu durante todo o dia com palestras, oficinas de percussão e de beleza negra, apresentações de capoeira e grupos de comunidades tradicionais de matrizes africanas, além de visitas guiadas pela Casa da Cultura, onde público conheceu um pouco mais sobre a história do município.