OMS aponta crescimento dos transtornos mentais e suicídios; entenda a importância de buscar ajuda
Texto: Anne Rose / Fotos: João Alexandre
Janeiro é o mês dedicado à conscientização sobre a saúde mental, conhecido como Janeiro Branco, período em que a sociedade é convidada a refletir sobre a importância de cuidar da saúde emocional e psicológica. A data foi escolhida estrategicamente, pois simboliza um momento de renovação, com muitas pessoas refletindo sobre o ano que passou e planejando novos projetos e metas para o futuro.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), em sua maior revisão global sobre saúde mental desde o início do século, revelou dados alarmantes. Em 2019, quase um bilhão de pessoas no mundo – incluindo 14% dos adolescentes – viviam com algum transtorno mental. Além disso, o suicídio foi responsável por mais de 1% de todas as mortes, com 58% dos casos ocorrendo antes dos 50 anos de idade.
O relatório chama todos os países a acelerarem a implementação do Plano de Ação Integral de Saúde Mental. O documento faz várias recomendações de ações, agrupadas em três “caminhos para a transformação”, que se concentram na mudança de atitudes em relação à saúde mental, abordando os riscos e fortalecendo os sistemas de atenção. São elas:
Psiquiatra alerta para o aumento de transtornos emocionais
A psiquiatra Esiane Freitas, que atua no Centro de Especialidades de Coruripe, destaca a crescente preocupação com a saúde mental, especialmente após os impactos da pandemia de Covid-19.
“O aumento dos casos de ansiedade e depressão foi significativo durante e após a pandemia. Muitas pessoas perceberam que precisavam de ajuda para lidar com questões emocionais e psicológicas”, afirmou a médica.
Ela enfatizou a importância de práticas cotidianas para melhorar a qualidade de vida, como a busca por equilíbrio emocional e cuidados com o corpo. “É fundamental ficar atento aos sinais e agir a tempo. Afastar-se de situações que geram emoções negativas, aproveitar momentos com a família, praticar atividades físicas, ter uma alimentação saudável, garantir uma boa noite de sono e tomar sol são atitudes simples, mas poderosas”, orientou.
A profissional ainda lembrou que, em Coruripe, a população tem à disposição a rede de saúde local, com unidades de atendimento que servem como portas de entrada para serviços especializados em saúde mental.
“Caso haja necessidade de apoio especializado, às Unidades de Saúde podem encaminhar os pacientes para o Centro de Especialidades, onde contamos com psicólogos e psiquiatras. Se o quadro for mais grave, o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) está preparado para atender. É fundamental não hesitar em procurar ajuda”, alertou.
Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) oferece suporte especializado
O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS I) Drº Djalma Guttemberg Brêda, em Coruripe, proporciona atendimento especializado a pessoas com transtornos mentais severos e persistentes, incluindo aqueles decorrentes do uso abusivo de álcool e outras drogas. O serviço realiza psicoterapia, práticas de reabilitação e reintegração social, além de apoiar familiares com grupos terapêuticos e visitas domiciliares.
Segundo o Assistente Social e Coordenador do CAPS, Dênis Silva, o atendimento pode ser espontâneo ou encaminhado por unidades de saúde, como as Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou a UPA24h, após episódios de surto. O objetivo é garantir cuidado psicossocial próximo à comunidade e à família, promovendo a manutenção dos vínculos sociais e a cidadania dos usuários.
“A equipe multiprofissional do CAPS está comprometida com um atendimento integral, buscando a humanização e o bem-estar dos pacientes e seus familiares. O serviço é gerido pela Secretaria Municipal de Saúde de Coruripe, que fornece os recursos necessários para o bom andamento das atividades”, pontuou o coordenador.
Como buscar ajuda em Coruripe
As Unidades de Saúde do município são o primeiro ponto de contato, podendo encaminhar os pacientes para o Centro de Especialidades, onde o tratamento especializado será realizado, seja com psicólogos, psiquiatras ou, se necessário, com o suporte intensivo do CAPS. Mas o importante é não deixar de buscar ajuda, seja para você ou alguém próximo, que estiver enfrentando dificuldades emocionais. O cuidado com a saúde mental é essencial para o bem-estar e qualidade de vida de todos.