Projeto Maná é encerrado com colheita de 250 toneladas de feijão e festa com os agricultores

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Trezentas famílias de agricultores familiares de Coruripe foram beneficiadas com 150 hectares de terra para a plantação de feijão, numa parceria entre a prefeitura e Usina Coruripe

Texto: Salmon Lucas| Fotos: Roberto Miranda

Diz o ditado que quem planta, colhe. E a colheita do Projeto Maná é de felicidade, pois o feijão carioca arrancado da terra por centenas de mãos já vem temperado. Temperado com esperança de dias melhores para as 300 famílias contempladas com esse projeto idealizado pela Prefeitura de Coruripe, em parceria com a Usina Coruripe. 

A Festa da Colheita aconteceu ontem (13) na Fazenda Fundo Capitão, para celebrar as 250 toneladas do feijão colhido nas três áreas cedidas pela Usina Coruripe, e 100% revertido para os agricultores que cultivaram a leguminosa. Entre os presentes, o Prefeito Marcelo Beltrão, o vice Zé Enéas, dr. Márcio Wanderley, acionista da Usina Coruripe, integrantes da diretoria, vereadores, secretários municipais, imprensa e as estrelas da festa: os agricultores familiares, que trabalham duro ao longo dos últimos meses.

Uma das agricultoras era a dona Valdenice dos Santos, que ainda estava colhendo o feijão do seu lote, mas fez questão de falar. “O feijão estava muito caro e o projeto foi bom para ajudar todos nós. Vamos comer e se sobrar, vamos vender também, pois o dinheiro do feijão vai se transformar em farinha e mistura”, destacou.

Falante, dona Valdenice ressaltou também que, de tão bom, muitas pessoas desconfiaram do projeto e não quiseram participar. “O pessoal da prefeitura foi de casa em casa chamar e teve gente que não quis, mas quem acreditou abraçou e agora estamos colhendo os resultados”, refletiu.

Outro que estava feliz da vida foi o agricultor João Ferreira, que tem 47 anos de idade e trabalha na roça desde os 12. Para ele, o Projeto Maná veio numa boa hora, principalmente por causa da pandemia. “Conheço muita gente que estava parada sem emprego, passando necessidade, comendo até do lixo sem trabalho. Agradeço muito a prefeitura e a usina, é um projeto muito bom, nunca tínhamos ‘pegado’ uma oportunidade como essa. Estou muito satisfeito, esse projeto é de uma riqueza para a gente sem tamanho”, falou emocionado.

O Projeto Maná tem como objetivo garantir renda e alimento com o plantio do feijão. Foi idealizado pela Prefeitura, investidos recursos próprios e executado pela Secretaria de Agricultura. Na prática, a Usina Coruripe, proprietária das terras, cede as áreas à gestão municipal durante o período de entressafra da cana-de-açúcar, terras que ficariam ociosas entre os meses de fevereiro e agosto. 

O prefeito Marcelo Beltrão destacou a parceria com a Usina Coruripe e a alegria da gestão ao ver o resultado do projeto. “Temos um grande parceiro, que é a Usina Coruripe, que tem esse sentimento social e de assistência onde a empresa está inserida. E é uma alegria fantástica para a nossa gestão, não tem régua que possa dimensionar a nossa felicidade por esse momento. É a política como instrumento de melhorar a vida das pessoas”, disse o prefeito.

A prefeitura investiu, com recursos próprios, R$ 88 mil na compra de sementes de alta qualidade, disponibilizou também a estrutura da Secretaria de Agricultura, como maquinários e funcionários para a gradagem do solo, equipe técnica para dar suporte aos produtores rurais e transporte aos agricultores. 

Ao todo, cerca de 300 famílias foram beneficiadas com 150 hectares de terra para a plantação de feijão. A área foi dividida por lotes, com o nome do agricultor e o povoado a qual pertence o beneficiado, que recebeu 15 kg de sementes já plantadas.

O resultado médio da colheita, para cada família, foi de 10 sacos de feijão carioca, o que equivale a meia tonelada.

O projeto contempla agricultores que estavam no período de entressafra, pessoas desempregadas e aposentados com perfil de agricultor familiar. Devido ao grande sucesso, a Prefeitura de Coruripe já está articulando com a Usina Coruripe mais edição do Projeto Maná para o ano que vem.

“Já estamos nos articulando e entrando com o processo de compra das sementes. A meta é dobrar o número de famílias para o ano que vem, já que a Usina Coruripe já garantiu que vai dobrar o total da área cedida. Para isso, iremos criar algumas contrapartidas, como por exemplo matrícula dos agricultores no ensino fundamental para quem ainda não estudou, que seus filhos estejam com o cartão de vacinação em dia, entre outras exigências que tem como objetivo melhorar a vida dessas pessoas”, informou o prefeito.

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